Presidente do PT critica taxa de Trump e defende soberania do Brasil

O novo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, classificou como autoritária a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A declaração foi feita em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (9), um dia após sua eleição para o comando da sigla.

"É uma postura autoritária. Um presidente que impõe tarifas a países que não se submetem aos seus interesses fere os princípios da diplomacia internacional", afirmou Edinho. Segundo ele, o Brasil deve agir com serenidade, mas sem abrir mão de sua soberania nacional.

Edinho também apontou que a escalada de tensões recentes, incluindo o apoio público de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está ligada à atuação do Brasil no grupo dos Brics. “É uma reação à agenda dos Brics, especialmente à proposta de criação de uma moeda alternativa para o comércio entre os países do bloco”, disse.

O dirigente petista destacou que Trump enxerga as relações internacionais como um jogo de submissão. “A concepção do presidente americano é de que só há boas relações se forem de dependência ao governo dos EUA. Isso é autoritarismo puro”, completou.

Durante a entrevista, Edinho não poupou críticas ao estilo político de Trump, a quem definiu como o maior líder fascista do século 21. “Esse presidente persegue imigrantes, tem atitudes racistas e antidemocráticas. É inaceitável que ele queira interferir nos assuntos internos do Brasil”, ressaltou.

Embaixada americana endossa fala de Trump

Na esteira das declarações do presidente dos EUA, a embaixada americana em Brasília divulgou uma nota oficial endossando as críticas de Trump ao processo judicial contra Jair Bolsonaro. O ex-presidente brasileiro é réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.

A manifestação levou o Ministério das Relações Exteriores a convocar o encarregado de Negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos. Para Edinho, essa postura representa um grave desrespeito à democracia brasileira.

“Temos instituições sólidas. O Brasil não aceita interferências externas, seja de quem for. Continuaremos defendendo nossa democracia com firmeza”, concluiu.