O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que as declarações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem ser interpretadas com cautela. Segundo ele, há um alto "grau de incerteza" no discurso do líder americano, o que exige prudência por parte do governo brasileiro na condução dos acordos bilaterais entre os dois países.
"Estamos priorizando o trabalho técnico das equipes que representam o presidente Lula. Não dá para tomar decisões com base em discursos que mudam de direção frequentemente", destacou Haddad ao falar com a imprensa na entrada do Ministério da Fazenda.
Trump tem feito declarações polêmicas, como a ameaça de tarifas contra países que se alinhem a "políticas antiamericanas" dos Brics, sem especificar quais seriam essas políticas. A fala ocorreu em meio à 17ª Cúpula do bloco, realizada no Rio de Janeiro, e foi rebatida por Lula, que disse que o Brics "não nasceu para afrontar ninguém".
Haddad também ressaltou que o Brasil tem buscado ampliar sua rede de parcerias econômicas, com negociações em curso com a União Europeia, países do Oriente Médio e outros blocos estratégicos. "Pela dimensão da nossa economia, não podemos depender de um único parceiro, nem nos tornar apêndice de nenhum grupo", afirmou.
Além das questões diplomáticas, o ministro comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suspensão dos decretos relacionados ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ele, a medida permite ao governo comprovar, com base técnica, que o objetivo é combater a evasão fiscal e proteger a sustentabilidade fiscal do país. "Não podemos continuar alimentando privilégios que desequilibram a economia como um todo", concluiu.
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