O Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta segunda-feira (19) a ouvir as testemunhas de acusação e defesa no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. A ação envolve o ex-presidente e outros 33 investigados, entre civis e militares.
Nesta fase inicial, serão colhidos os depoimentos de testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo nomes do alto escalão das Forças Armadas, como os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica), que já confirmaram que Bolsonaro apresentou uma minuta com plano de ruptura institucional.
Outros depoentes incluem Éder Lindsay Magalhães Balbino, empresário acusado de produzir materiais com desinformação sobre urnas eletrônicas; Clebson Vieira, servidor que teria elaborado planilhas para mapear eleitores; e Adiel Alcântara, ex-coordenador de inteligência da PRF, apontado por dificultar a locomoção de eleitores em 2022.
Durante a semana, também serão ouvidos nomes indicados pelas defesas dos investigados. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso, terá testemunhas ouvidas na quinta-feira (22), incluindo o general Júlio Cesar de Arruda e o ex-assessor Luís Marcos dos Reis.
Na sexta-feira (23), será a vez de depoimentos ligados a Alexandre Ramagem e Braga Netto. Entre os convocados estão o delegado Carlos Afonso Coelho e o ex-diretor da Polícia Federal, Rolando de Souza.
A etapa final de oitivas ocorrerá entre os dias 30 de maio e 2 de junho, quando testemunhas indicadas pelo próprio Bolsonaro, como os governadores Tarcísio de Freitas e Rogério Marinho, além do ex-ministro Gilson Machado, serão ouvidas.
A denúncia da PGR, protocolada em março, aponta que Bolsonaro e seu então vice, Braga Netto, lideraram uma articulação golpista para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Os envolvidos foram divididos em núcleos, sendo o chamado “núcleo crucial” composto por Bolsonaro, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier.
A investigação segue sob responsabilidade do STF, que determinará os próximos passos com base nos depoimentos e provas colhidas.
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