Boulos acompanha Lula em viagem ao Uruguai e é cotado para ministério

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) integrou a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na viagem ao Uruguai nesta quinta-feira (15), onde ambos participaram do velório do ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, que faleceu aos 89 anos. Boulos é apontado nos bastidores como favorito para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, pasta estratégica do governo federal.

Além de Boulos, Lula viajou a Montevidéu ao lado da primeira-dama Janja da Silva e de nomes próximos do governo, como Márcio Macêdo — atual titular da Secretaria-Geral —, o senador Humberto Costa (PT-PE), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Mudança no ministério à vista

Caso a nomeação de Boulos se concretize, ele substituirá Macêdo, e a mudança marcará a 13ª troca de ministros no atual mandato de Lula, iniciado em janeiro de 2023. A Secretaria-Geral é responsável pela articulação com movimentos sociais, área onde Boulos tem forte atuação por sua trajetória ligada ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Deputado mais votado de São Paulo em 2022 e figura central do PSOL, Boulos também disputou a prefeitura da capital paulista. Seu nome é visto como uma ponte entre o governo e setores populares da sociedade, reforçando a estratégia de Lula de fortalecer alianças com vistas às eleições de 2026.

Lula presta homenagem a Mujica

Lula cancelou compromissos para prestar homenagem ao amigo e ex-presidente uruguaio José Mujica, que lutava contra um câncer desde 2024. A relação entre os dois líderes de esquerda sempre foi marcada por admiração mútua e respeito político.

Em dezembro do ano passado, Lula condecorou Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul — a maior honraria brasileira destinada a estrangeiros — e o definiu como “a pessoa mais extraordinária” que conheceu. Ao saber da morte do ex-presidente, enquanto estava em Pequim, Lula lamentou a perda e exaltou a "grandeza humana" de Mujica, destacando que sua vida foi um exemplo de “luta política com doçura”.

A possível entrada de Boulos no núcleo do governo federal acontece em meio a essa viagem de forte simbolismo político, que une passado e futuro da esquerda latino-americana.