Fraude no INSS: Caixa avalia atendimento presencial para vítimas de descontos indevidos

O vice-presidente Geraldo Alckmin informou neste domingo (11) que a Caixa Econômica Federal estuda oferecer atendimento presencial a aposentados e pensionistas que sofreram descontos não autorizados em seus benefícios do INSS. A iniciativa busca atender especialmente os segurados que enfrentam dificuldades de acesso aos canais digitais.

A proposta surge após a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), revelar um esquema de descontos fraudulentos promovidos por entidades associativas entre 2019 e 2024. A estimativa é de que as perdas possam ter ultrapassado R$ 6,3 bilhões.

Atualmente, as reclamações e solicitações de devolução podem ser feitas apenas pelo aplicativo "Meu INSS" ou pela central telefônica 135. No entanto, segundo Alckmin, a Caixa poderá atuar como suporte presencial, aproveitando sua ampla rede de agências para facilitar o atendimento aos lesados.

“O banco tem uma capilaridade grande, e isso pode ajudar especialmente os mais idosos ou os que não têm acesso à internet”, explicou o vice-presidente, durante participação na Feira Nacional do MST, em São Paulo.

Apesar da declaração, a Caixa ainda não definiu como esse atendimento será feito. Em nota, o banco apenas afirmou que está pronto para colaborar com as ações do governo federal.

Na sexta-feira (9), o INSS anunciou que irá devolver R$ 292,6 milhões referentes a descontos indevidos de abril. A devolução será feita na folha de pagamento de maio, entre os dias 26 de maio e 6 de junho.

Na próxima terça-feira (13), cerca de 9 milhões de beneficiários começarão a receber notificações via aplicativo “Meu INSS”, para confirmarem se os descontos foram autorizados. A partir do dia seguinte, será possível consultar os valores e as entidades envolvidas também pela central 135.

Segundo investigações, ao menos 4 milhões de pessoas podem ter sido vítimas de fraude. O governo também planeja ações judiciais contra as entidades suspeitas, muitas das quais são acusadas de atuar como fachadas e até de pagar propina a servidores do INSS.