A declaração feita pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, durante um evento no município de América Dourada, no último dia 2 de maio, gerou forte reação na Câmara Municipal de Feira de Santana nesta terça-feira (6). Parlamentares da oposição usaram a tribuna para criticar o tom adotado pelo chefe do Executivo estadual ao se referir ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores, classificando o discurso como ofensivo e inaceitável.
Durante sua fala, Jerônimo lembrou atitudes de Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19 e afirmou que tanto o ex-presidente quanto seus apoiadores deveriam “pagar a conta” pelos erros cometidos no período. A frase mais polêmica, segundo a imprensa, teria sido: “bota e leva tudo para a vala”.
O vereador Edvaldo Lima (União Brasil) afirmou que a declaração "ultrapassou todos os limites" e informou que irá apresentar uma moção de repúdio ao governador. “Esse tipo de discurso só contribui para aumentar o clima de intolerância e violência política”, alertou.
Já o vereador Ismael Bastos (PL) considerou que o governador desrespeitou uma parcela significativa da população baiana. “Foram mais de 2 milhões de baianos que não votaram em Jerônimo. Por que ele não demonstra essa mesma firmeza contra os criminosos que aterrorizam o estado?”, questionou.
O vereador Lulinha da Gente (UB) disse sentir-se pessoalmente atingido pela fala do governador, classificando o discurso como infeliz. “Ele desrespeitou muitos cidadãos ao usar termos como 'vala' para se referir a quem pensa diferente”, avaliou.
Líder do Governo Municipal, José Carneiro (UB) também expressou surpresa com a postura de Jerônimo Rodrigues. “Sempre o vi como uma pessoa ponderada e educada. Acredito que ele seja capaz de reconhecer o erro e até pedir desculpas, se já não o fez”, disse.
Jorge Oliveira (PRD) adotou um tom mais conciliador, reconhecendo que a fala foi equivocada, mas ressaltando que todos estão sujeitos a falhas. “Quem nunca errou? Espero que ele tenha a humildade de rever o que disse, assim como já fez em outras ocasiões.”
A repercussão negativa mostra que o ambiente político continua sensível e polarizado, principalmente quando envolve figuras nacionais como o ex-presidente Bolsonaro. O episódio também reacende o debate sobre o discurso das autoridades públicas e os limites entre a crítica política e o respeito à divergência.
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