Um grupo de vereadores de diferentes partidos apresentou uma proposta ao governador Jerônimo Rodrigues para que o nome do cantor e compositor Carlos Pitta batize o Centro de Convenções de Feira de Santana. A indicação, de número 768/2025, já foi protocolada na Câmara Municipal e encaminhada ao Governo do Estado da Bahia.
Carlos Pitta, que faleceu em janeiro deste ano, aos 69 anos, é lembrado como um dos grandes nomes da música nordestina e um importante representante da cultura feirense. Nascido em Feira de Santana, ele construiu uma trajetória sólida como músico, compositor, pesquisador e produtor cultural. Para os vereadores, batizar o Centro de Convenções com seu nome seria uma forma de eternizar sua contribuição à cultura local e regional.
A proposta conta com o apoio de parlamentares da base do governo e também da oposição, entre eles Silvio Dias (PT), Edvaldo Lima (UB), Eli Ribeiro (Republicanos), Eremita Mota (PP), Galeguinho SPA (UB), Gean Caverna (Podemos), Ismael Bastos (PL), Professor Ivamberg (PT), Jorge Oliveira (PRD) e José Carneiro (UB).
Formado em Composição e Regência pela UFBA, Pitta iniciou sua carreira profissional em 1979 com o disco Águas do São Francisco – Lendas. Ao longo das décadas seguintes, lançou diversos álbuns que reafirmaram sua ligação com as raízes culturais do sertão e da música brasileira, como Coração de Índio, Tapete Mágico e Dançando Forró. Uma de suas composições mais conhecidas é Cometa Mambembe, um clássico do Carnaval baiano.
Feirense de coração e de alma, Pitta expressou em suas músicas o amor pela terra natal, com canções como Todos os Caminhos Passam em Feira de Santana e Princesa Sertaneja. Ele também gravou o Hino à Feira e doou a partitura original à cidade, gesto que reforça seu vínculo afetivo com o município.
Sua obra ultrapassou fronteiras e foi interpretada por nomes consagrados da música brasileira, como Elba Ramalho, Dominguinhos, Daniela Mercury e Margareth Menezes. Também dividiu o palco com artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Belchior, e levou sua música a festivais internacionais na Europa.
Além da carreira musical, Pitta atuou como jornalista e apresentador, destacando a cultura baiana no programa Viver Cultura, da TVE. Sua morte deixou uma lacuna na cena artística e cultural, sendo lembrado com respeito por instituições e artistas de todo o país.
A proposta dos vereadores visa eternizar esse legado. "Carlos Pitta é símbolo de identidade, poesia e resistência cultural. Dar seu nome ao Centro de Convenções é uma forma de manter viva a inspiração que ele representou para Feira e para o Brasil", destaca o texto da indicação.
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