Diario da feira | A verdadeira noticia

90% dos pacientes com a Síndrome da Bexiga Dolorosa são mulheres, afirma especialista


Publicada em 23/02/2024 ás 15:32:38
Divulgação
Cirurgião urologista Eduardo Cerqueira

O mês de fevereiro, também conhecido pela campanha Fevereiro Roxo e Laranja, reforça a conscientização e combate de algumas doenças, a exemplo da Fibromialgia, que ataca especificamente as articulações, causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. Porém, o que muita gente desconhece é que, de acordo com o cirurgião urologista Eduardo Cerqueira, muitos são os pacientes com esta patologia, em especial mulheres na faixa etária a partir dos 40 anos de idade, que, infelizmente, também convivem com outra doença de diagnóstico e tratamento bastante complexos: a Síndrome da Bexiga Dolorosa.

Também conhecida como Cistite Intersticial, a síndrome é uma condição inflamatória crônica, ou seja, permanente, da parede da bexiga que leva o paciente a sentir muita dor na região pélvica por conta do aumento da frequência urinária, tanto diurna quanto noturna. As pessoas que apresentam essa patologia também podem apresentar sangue na urina, ou seja, “é um quadro muito semelhante ao da infecção urinária, mas, devido ao processo inflamatório, a dor geralmente é mais severa nos casos da Bexiga Dolorosa, principalmente quando a bexiga está cheia, o que pode aliviar com o esvaziamento”, salientou o médico. O especialista acrescenta que é muito comum confundir as duas síndromes, uma vez que a Fibromialgia tem os pontos de gatilho que são pesquisados até que o médico possa fechar o diagnóstico descartando as demais patologias, pois, na maioria das vezes, também apresenta dor pélvica, ardência e desconforto, assim como a Cistite. 

Porém,  é importante salientar que ainda existem pacientes que têm somente o quadro de Bexiga Dolorosa e não fecha o quadro de fibromialgia, sendo seu  principal sintoma a dor, “dor em peso, geralmente acima do púbis e essa dor tende a piorar quando a bexiga enche; quando o paciente está com vontade de urinar essa dor fica ainda mais intensa, apresentando ardência ao urinar, desconforto no canal,  e isso tudo é muito presente no quadro de bexiga dolorosa”, frisou Dr. Eduardo Cerqueira.

Prevalência em mulheres

Conforme o cirurgião urologista, essa condição leva a uma redução importante da qualidade de vida dos pacientes, 90 por cento deles mulheres, pois gera um desconforto contínuo, causando dor e pressão na pelve, ansiedade, consequentemente perda da libido, e até falta de vontade de se relacionar socialmente. O tratamento, apesar de bastante complexo, existe e é possível por meio medicamentoso (analgésico ou antidepressivos específicos para controle da dor) e ou, quando necessário, por medidas comportamentais através de mudanças da alimentação, uma vez que, segundo Dr. Eduardo Cerqueira, alimentos como café, à base de cola, pimenta, guaraná, estimulantes, muito condimentados e excesso de sal são fatores que irritam o tecido da bexiga e potencializam o quadro de dor. A opção por procedimento cirúrgico somente é feita em casos muito graves e após as tentativas medicamentosas e comportamentais.

O urologista Eduardo Cerqueira frisa ainda que, no caso das mulheres, nas quais a doença tem prevalência, a infecção urinária de repetição é um dos sintomas muito comuns e que, durante o diagnóstico da Bexiga Dolorosa, esse sintoma deve ser excluído. “Existem outras doenças que apresentam quadros similares a exemplo do câncer de bexiga, que também pode provocar dor crônica. As mulheres precisam conversar com suas ginecologistas. Ao perceber que a infecção urinária vem se repetindo e que tem tomado medicação, mas, mesmo assim, retorna sempre, é caso de encaminhamento a um urologista de sua confiança, assim como se, por exemplo, você fez todos os exames de urina, não teve alterações, mas sente ardência, dor ao urinar e na pelve. A ginecologista precisa encaminhar ao ou à urologista”, alertou o especialista.

A prática de atividade física e a alimentação equilibrada são apontadas pelo cirurgião urologista como o caminho para a prevenção. O médico afirma que  esta é uma doença que precisa ganhar um olhar especial, uma vez que atrapalha a vida sexual, as atividades laborais e abala a pessoa de forma muito importante, ou seja,  trata-se de uma doença debilitante, cuja maior queixa, além da dor, é a falta de diagnóstico. “A paciente passa por diversos médicos e muitas vezes não consegue ter um tratamento direcionado. Isso traz angústia à paciente que anseia por melhor convívio social e qualidade de vida”, ressaltou.


Repórter: Adriana Matos 

 

Por Diario da Feira
Related Posts with Thumbnails

Leia Também

asdasd
Destaques  |  Feira de Santana  |  Bahia  |  Brasil  |  Mundo  |  Esporte  |  Polícia  |  Política  |  Diversão e Cultura |  Eventos
Programa Diário da Feira - Todos os direitos reservados.
Política de Privacidade. Feira de Santana-BA
Telefone: 75.3483-7171 / 98868-7574 / 99122-7180 / 99962-8037 / 98121-6803