Publicada em 05/08/2023 ás 09:31:37
A igreja de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de
Salvador, é considerada por especialistas em arte sacra como uma das mais imponentes
da América Latina. Com interior revestido em ouro, o templo fundado no início
do século 18 foi tombado como patrimônio material do Brasil. Porém, o
reconhecimento do governo federal, que deveria garantir a proteção ao espaço,
não impediu a construção de atingir uma situação degradante.
Considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no
mundo, a igreja, que é integrada ao convento dos frades franciscanos, está com
problemas estruturais. Durante uma visita, observou-se que o local está com
pinturas e teto desgastados, pilastras sem reboco e piso desnivelado em vários
pontos – o que dificulta a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida.
Há pouco mais de um mês, um dos pátios da Igreja de São
Francisco foi parcialmente fechado porque há risco de queda do pináculo
direito. A estrutura, uma cúpula de metal que pesa cerca de uma tonelada e
meia, passará por restauração, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan).
No entanto, o processo ainda está em fase de licitação e
não há previsão para ser concluído. Isso tem afetado o comércio da região, que
depende, basicamente, de turistas. Motoristas e pedestres estão impedidos de
circular por algumas vias, que também estão bloqueadas. Desse modo, hotéis,
restaurantes e estacionamento esvaziaram.
As visitas ao templo, que é um dos mais procurados por quem
passeia pelo Centro Histórico da capital baiana, seguem mantidas. Diariamente,
pessoas de todo o mundo veem de perto um pedaço da história do Brasil colonial.
O que quase nenhum dos visitantes conhece são os problemas
que a igreja enfrenta - embora muitos deles estejam bem aparentes, como um
pedaço de madeira escorando o teto em uma das partes adornadas por azulejos
portugueses do século 18.
Em maio deste ano, o governo federal fez a restauração dos
painéis lusitanos de todo o prédio, porém, as melhorias não se estenderam a
outras partes do templo, que carecem de manutenção.
Ao questionar o Iphan se há previsão de restauro do
restante do local e o órgão informou que incluiu, no planejamento de ações de
2023, a contratação de empresa para elaboração dos projetos executivos de
arquitetura, engenharia e restauração da Igreja de São Francisco.
Quando esta etapa for finalizada, conforme o instituto, será aberto um processo para contratar a empresa que fará as obras. O tempo médio de restauração de um monumento como a Igreja de São Francisco dura entre dois e três anos, de acordo com o instituto. Procurada pela reportagem, a Arquidiocese de Salvador não quis se manifestar a respeito do assunto.
Por Diário da Feira via G1
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