Publicada em 03/05/2023 ás 17:10:57
Diário da Feira: o
senhor suspendeu a distribuição de sementes? Secretário Pedro Américo: eu
não suspendi, nós fizemos um acordo com as associações e os sindicatos
trabalhadores rurais, sindicatos produtores no ano passado, nós fizemos um
diagnóstico de que das 90 t de semente, mais de 126 associações cadastradas
quase nenhuma, digo com toda tranquilidade, menos de 20% das associações que
receberam sementes entregaram o relatório de plantio. Se não entregou o
relatório de plantio a gente não tem como saber se plantou, segundo que nós
fizemos a visita em todas as associações e dissemos cada associação deve montar
o seu banco semente. Chamamos no evento na Amélia Amorim explicando como é que
montava um banco de semente, criamos uma parceria com eles. É o seguinte, a
política de distribuição de semente de milho e feijão na zona rural pela
prefeitura só para ter no futuro uma declaração de semente para poder se
aposentar no INSS não funciona, não adianta a gente fazer, achar que vai fazer
desenvolvimento rural distribuindo no volume, é grande porque você compra 90 t
e gasta quase 700.000 de sementes, mas a nível individual é 30 reais, 40 reais,
então o produtor que planta pode ter seu banco de semente e é muito mais caro
ele ter, por exemplo, hora de máquina que é o que a gente tá tentando fazer um
processo de licitação, inclusive há 2 meses, na Secretaria da fazenda esperando
autorização do secretário pra que a gente possa comprar 8 novos tratores. Está lá que o
investimento é nesse sentido a gente vai montar um programa de aceleração rural
para de qualificação rural e montar a cadeia produtiva de algumas áreas como
mandioca, então um recurso que a gente ia investir na semente a gente vai
investir em outros projetos que são mais caros e mais difíceis que o agricultor
tem acesso. Comprar 20, 30 reais de semente para aqueles que não
cumpriram o acordo que nós fizemos ano passado que era cada associação montar
seu próprio banco de semente. Eu acho que é um valor que do ponto de vista da
produção para quem realmente produz é irrisório, mas 1 hora de trator, por
exemplo, é 250 reais então o acordo que nós fizemos ano passado foi esse, nós
vamos investir em que? Aquilo que é mais difícil para agricultor, então tem uma
máquina para poder arar a terra é mais difícil do que ter 20, 30 reais de
semente. Esse foi o acordo feito e o acordo que a gente tem pedido
associações, aquelas que montaram os bancos de sementes, que possa colocar esse
banco para funcionar. Diário da Feira: nesse caso, pelo visto, a semente hoje faz
parte do passado. Secretário Pedro Américo: essa
foi a política que nós adotamos ano passado, para você ter noção, a gente a
gente fez todo o processo de distribuição de sementes, pedimos o relatório
inclusive para que o nosso técnico pudesse acompanhar, nós fizemos uma análise dizendo
o seguinte: a gente tem uma dificuldade de adaptação do solo, Feira tem 4 tipos
de solo diferentes então você monta uma licitação de um grão que você compra lá
do sul, ou seja, não é um grão adaptado à Feira de Santana, o grão de milho e
feijão que dá em Jaguara não é o mesmo milho, feijão que dá em Humildes, não é
o mesmo milho e feijão que dá em Bonfim, é diferente então essa política
naturalmente ela é uma política que dá errado, porque ela não produz o
suficiente e nem gera renda para aquela comunidade então. Por exemplo, a gente montou agora, o prefeito autorizou, a
gente montou uma dispensa de licitação para fazer um projeto piloto e já
elaboramos um projeto maior para poder fazer política de hortaliça, montar
aqueles galpões de hortaliças que aí você consegue produzir a médio e longo
prazo e que você produz constantemente, então você não teria só essa
sazonalidade de junho, que o milho feijão é só aí e a hora do trator também só
em junho. O acordo que nós fizemos foi justamente buscar outras
políticas transversais onde a gente pudesse construir a produtividade no
terreno todo ano. Claro que a gente sabe que é difícil romper com o processo
cultural, a gente chega na zona rural conversa com as pessoas o que as pessoas
querem é hora do trator e milho e semente de milho e feijão porque esse foi o
costume dos últimos anos. Romper com isso num novo processo de produção é
complexo, ainda mais a gente que assumimos a Secretaria de fato agora em
fevereiro quando a gente conseguiu votar o orçamento 2003. Apesar de eu ter virado secretário no ano passado, quem
acompanhou o processo da Câmara ano passado, foi processo muito duro inclusive
a prefeitura ficou sem recursos já em agosto, sem orçamento pra poder fazer nada,
a gente não conseguiu fazer nenhuma licitação no ano passado, nós começamos os
processos licitatórios agora em fevereiro, inclusive eu tenho conversado muito
com o prefeito no sentido de mostrar ele a nossa ansiedade de querer mostrar um
resultado para a população, mas eu sei também que na velocidade que a máquina
anda às vezes a nossa ansiedade, a nossa vontade, o nosso desejo de querer
mostrar o resultado, ele não casa com o tempo de fato de execução da Secretaria. Vou dar um exemplo agora, a gente tem problema de carro
pipa na zona rural vocês receberam diversas reclamações: está faltando água,
não está chegando o carro pipa zona rural e tal, a gente montou esse processo
no final do ano passado não conseguiu tramitar porque não tinha orçamento,
quando foi agora em fevereiro foi o primeiro processo que a gente colocou. Acredito
que o resultado final sai agora nos próximos 15 dias, porque era sair essa
semana, mas uma empresa entrou com recurso, então a gente tem vários elementos
na entrada do processo administrativo, mas solucionado, o modelo que nós vamos
adotar agora é o modelo que o Exército Brasileiro usa na Operação Carro Pipa,
então o que que a gente quer de maneira muito clara, assim pra gente pensar a
política da zona rural. Como é o modelo do exército? Você estabelece a linha, você
estabelece um roteiro e avisa, por exemplo, todo dia 20 a sua casa aqui tem
quantas pessoas? Tem 10 pessoas, pronto, você monta a partir da quantidade de
pessoas, monta se tem pessoa com deficiência, monta se tem idoso e todo dia 20 o
carro vai tá lá pra abastecer a casa dela. Não vai precisar ligar pra rádio,
ela não vai precisar ligar para vereador, para secretário porque a gente vai
criar uma rotina para que os serviços, que é direito das pessoas da zona rural,
ele chegue. Então construir uma política nesse modelo de fato é mais
difícil e mais demorado, mas a gente conseguiu fazer a licitação e eu acredito
que essa semana, por exemplo, a gente já consiga destravar o Carro Pipa, mas é
bom lembrar isso: a gente começou de fato a fazer gestão com planejamento, com
foco pensando nos programas estratégicos da Secretaria de Agricultura de
fevereiro para cá. Diário da Feira: o
senhor sempre teve vontade de solucionar o problema da energia lá no centro de
abastecimento, conseguiu fazer alguma coisa para melhorar? Secretário Pedro Américo: é um grande desafio nosso é centro de
abastecimento e feiras livres. Nós estamos fazendo debate muito claro com a
população, um debate muito claro com todos os comerciantes do centro de
abastecimento, tenho o máximo respeito, tem pessoas que estão ali há 20 anos,
há 30 anos, a família vive ali, construiu e consolidou patrimônio ali, mas
assim não cabe mais em Feira de Santana a prefeitura pagar quase 300.000 reais
de energia elétrica no centro de abastecimento. Não cabe a gente pagar 90.000 reais
por mês de água no centro de abastecimento, ali tem empresários, tem produtores,
a gente sabe que tem uma pequena parcela que são comerciantes de pequena monta,
mas a gente tem comerciantes ali que tem capacidade de, individualizando
energia e individualizando água, poder arcar. O recurso que a gente gasta aí 300, 400.000 reais por mês
para pagar água energia a gente podia reformar o CT abastecimento em menos de 1
ano. Se você pagar 4.000.000, 4.500.000 reais ali e fazer a reforma da drenagem,
fazer a reforma da rede de esgoto, dá uma pintada, organizar a parte elétrica,
você consegue mudar a cara do centro de abastecimento, agora veja se a
prefeitura tira dos cofres e aí sai do orçamento da Seagri, se a Seagri paga
por mês só do centro de abastecimento, tirando feira livre, campo do gado novo
é em outras estruturas é quase 300.000 reais de energia e 90.000 de água que a
prefeitura paga para o comerciante ali poder ganhar o seu dinheiro. Isso se justificava no passado quando você de fato
precisava quando você precisava consolidar o centro de abastecimento como
entreposto comercial, hoje não se justifica mais um custo desse, o prefeito
autorizou a licitação próxima de manutenção está saindo agora, a Secretaria de
planejamento está fazendo um estudo para a gente poder fazer a individualização
dos padrões de energia então a nossa proposta e eu tenho falado isso de maneira
muito clara há vários meses. Nossa proposta que a gente individualize o padrão de
energia e cada um pague por aquilo que consome, então se você tem câmara
frigorífica, você tem câmara refrigerarativa que você usa no seu negócio dentro
do centro de abastecimento que é um espaço público da população, não é justo
que a população lhe ceda esse espaço e ainda pague os seus impostos para poder
manter ali na sua câmera frigorífica, como eu disse, máximo respeito a todos
eles que tem história, eu estou secretário, estou vereador, sairei em breve ou
de um cargo ou de outro e tal e os comerciantes permaneceram nas feiras livres,
no centro de abastecimento, mas a nossa tarefa, enquanto gestor, é dizer que
como aquele instrumento é instrumento da população de Feira de Santana não é
justo que a população continue bancando enquanto a gente podia usar esse
recurso de fato para fazer outras melhorias. Diário da Feira: é
inadmissível ficar usando a energia e água pela prefeitura desfilando de Porsche
na Fraga Maia, digo porque eu vejo. O que depende para cada um ter o seu
medidor, seu contador? Secretário Pedro Américo: faltava
coragem, não falta mais. Com o máximo de respeito a todos que já passaram. Conversei
com o prefeito ele autorizou fazer o processo, a Secretaria de planejamento
está montando o processo, nós vamos licitar uma empresa para poder fazer a
individualização, inclusive, a gente tem feito um diálogo, conversei com prefeito
hoje tivemos uma coisa muito boa, aqui eu agradeço a atenção, eu falei com ele
hoje (2) a gente precisa dar respostas e eu acredito, que no mais tardar, 2
meses permanecendo na Secretaria as coisas funcionando direitinho a gente vá
ter licitado a empresa que vai individualizar. O prefeito autorizou fazer um processo de auditoria, porque
a gente foi apurar os débitos, feiras livres, campo do gado novo, centro de
abastecimento, sabe quanto tem em débito do uso do solo interno ali quase 7.000.000
de reais. Eu não quero fazer um debate contra nenhum comerciante, eu quero ser
bem claro nisso, pelo contrário, quero que você fique lá, eu quero que venda
mais, mas eu quero que esse recurso que a gente poderia arrecadar, você pagando
a taxa, que é justa para o povo de feira e pagando a taxa de energia e de água
a gente vai pegar esse recurso vamos requalificar o lugar, para arrumar, fazer
pista dupla lá em cima, tirar as macas dos locais que não dá pra colocar,
impedir que haja comércio em cima de caminhão pra gente ter lugar para os
clientes poderem estacionar. Eu quero que você venda mais, eu quero usar esse recurso
para que você venda mais, para que você produza mais, mas a gente precisa
cuidar do centro de abastecimento porque assim é muito fácil fazer vídeo, jogar
na internet e mandar áudio em grupo, isso é fácil fazer, reclamar é fácil, agora
ajudar a gente a fazer o processo de restauro assim: pronto vamos reunir aqui
os maiores devedores, vão pagar a prefeitura e a partir de agora a gente vai
cobrar do secretário Pedro, vai cobrar o prefeito a solução. Eu estou disposto
se quiserem ajudar a acelerar o processo para não ter que esperar decreto novo,
pra não ter que esperar auditoria, se quiser ajudar agora a gente tá aberto. Diário da Feira: quando
a classe menos assistida da cidade vai parar de bancar aquela burguesia? Quando
o trabalhador vai deixar de dar mordomia aquela meia dúzia de burguês quem tem
lá no centro de abastecimento? Secretário Pedro Américo: estou
trabalhando para que isso começa a partir de amanhã (3) eu digo você, o
processo está pronto, o prefeito autorizou e permanecendo na Secretaria, como é
o nosso desejo, durante esses próximos 2 meses a gente vai ter uma resposta pra
voltar aqui para dar você a população de feira, que é a resposta que a
população de feira deseja. Diário da Feira: novo
centro de abastecimento? Secretário Pedro Américo: novo
centro de abastecimento é particular, não tem nada a ver com a prefeitura. É
importante deixar isso claro a população, o novo centro de abastecimento, nova
Ceasa, inclusive eu queria que viesse mais empresários para construir 5 ou 6,
mas a gente precisa revitalizar o centro abastecimento, independente de ter
outras Ceasa, de ter empreendimentos particulares. Eu quero que tenha mesmo! Quanto mais quanto mais espaço
para o comércio, para logística é melhor para a Feira. Quem é contra isso é
contra o desenvolvimento da cidade, mas aquilo é o centro de abastecimento em
si é um patrimônio de Feiras e precisa ser cuidado.
Por Diário da Feira
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