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Ovário policístico: confira os sintomas e tratamento


Publicada em 27/04/2023 ás 18:57:41
BVS
Ovário normal e ovário policístico

Ovário policístico: para falar sobre esse tema conversamos com a especialista de saúde doutora Vanessa Dumas, ginecologista obstétrica da equipe multidisciplinar do Santa Helena, Hospital Day.

 

Entrevistadores: O que é ovário policístico?

Vanessa Dumas: a síndrome do ovário policístico é uma síndrome pluri metabólica, é uma síndrome endócrina e metabólica onde a mulher sofre algumas alterações hormonais no decorrer da sua vida reprodutiva e com isso esse ovário acaba não ovulando de forma regular e acaba acumulando cistos na sua periferia, por isso esse nome ovário policístico, cheio de cistos em volta dele na periferia do ovário.

 

Entrevistadores: Quais são os sintomas que a mulher apresenta?

Vanessa Dumas: na verdade o principal sintoma da síndrome do ovário policístico é a irregularidade menstrual, mas a gente tem algumas características que nos fazem pensar que essa paciente possui essa síndrome que é a irregularidade, muitas vezes a ausência da menstruação, à paciente tem uma pele oleosa, uma pele tendenciosa a acne, um excesso de pelo mais proeminente em face, em último caso quando a síndrome está em uma fase mais agravada, a paciente pode também ter dificuldade para engravidar. É aquela paciente que já está um tempo sem uso de anticoncepcional ,não menstrua de forma regular e tem dificuldade, não teve sucesso ainda na tentativa dessa gravidez.

 

Entrevistadores: Como é feito esse diagnóstico para essa síndrome?

Vanessa Dumas: na verdade o diagnóstico ele começa através de uma boa conversa com seu paciente, então na coleta da anamnese, da história clínica desse paciente e aí é que mora a importância dessa consulta regular de procurar o seu médico assistente todo ano para justamente alinhar essas queixas e a investigação adequada, mas o diagnóstico ele vem da anamnese e da coleta dessas informações da paciente, o exame físico para que a gente consiga visualizar as características físicas dessa paciente, se essa paciente ela é mais é geralmente mais fortinha, ela tem uma retenção de líquido, ela tem um pouco mais de ganho de peso, ela tem excesso de pelo em face, ela tem uma pele acnéica, tem essas questões relacionadas ao período menstrual e associado a isso nós temos as dosagens hormonais que é feita através dos exames laboratoriais que lá na Santa Helena a gente disponibiliza e também a visualização desses riscos periféricos nos ovários que pode ser visualizado na ultrassom transvaginal, naquela paciente que já tem uma vida sexual ativa, ou na ultrassom pélvica naquela menina que ainda não iniciou sua vida sexual. Tudo isso a gente disponibiliza na Santa Helena.

 

Entrevistadores: essa síndrome afeta a mulher de qualquer idade?

Vanessa Dumas: na verdade ela pode afetar toda a faixa etária da mulher em seu ciclo reprodutivo ou seja desde a menarca, primeira menstruação, até a menopausa que é quando há o cesse da menstruação, porém é uma síndrome com maior incidência na madureza, entre 30 e 40 anos, mas pode afetar qualquer idade. Tem adolescente já com características e sintomas que nos faz pensar em síndrome do ovário policístico. Não existe uma causa definida para ovário policístico, ainda, mas acredita-se que fora essa questão hereditária, genética, tem também uma boa parcela a resistência insulínica. A paciente com uma hiperinsulinemia, um aumento da insulina no sangue que se dá como consequência de hábitos ruins, estilo de vida ruim, principalmente alimentar.

 

Entrevistadores: Quando ele surge, o que traz de complicado para a mulher? O que ele traz de incômodo?

Vanessa Dumas: quando eu tenho uma fase avançada já da doença, ela pode trazer dor, dor durante períodos peri menstruais, dores durante a relação, porque na verdade quando eu tenho acumulo de cistos em ovários automaticamente ele pode ter aumento de volume e isso para o paciente pode trazer dor, mas o sintoma que mais leva paciente ao consultório não é a dor é a ausência da menstruação ou a irregularidade menstrual é aquela paciente que não consegue dominar o seu ciclo, ela nunca sabe quando é que vai menstruar, ela se incomoda com isso e quando a paciente na verdade está tentando gestar e não consegue porque não tem como acompanhar o seu ciclo ovulatório uma vez que ela não menstrua de forma regular.

 

Entrevistadores: o tratamento que é mais indicado para quem tem ovário policístico?

Vanessa Dumas: a primeira linha de tratamento para o ovário policístico realmente é uma mudança comportamental do estilo de vida, então se alimentar melhor, dietas pobres em açúcar e carboidrato, porque esse excesso de açúcar esse excesso de carboidrato traz como consequência um excesso de insulina para combater isso e aí pra essa paciente que já têm esse distúrbio acaba que fortalece ainda mais o problema, então seria dietas, atividade física, dormir melhor. A gente sabe o quanto que é uma qualidade de sono interfere na regulação hormonal, então o primeiro passo realmente é a mudança de estilo de vida, adotar um estilo de vida mais saudável e depois a gente tem a suplementação hormonal através das dosagens hormonais, os laboratórios e temos também a adoção de algumas medicações. A medicação em pauta nessa atualidade é o hipoglicemiante que é a metformina. Muitas pessoas acabam questionando quando a gente prescreve metformina para ovário policísticos sendo que é um tratamento de diabetes, mas na verdade porque o quadro de quem tem ovário policístico é o quadro de resistência insulínica e esse paciente tem uma dosagem de insulina maior circulante no seu sangue e para combater isso a gente precisa realmente de adotar o uso do hipoglicemiante e com isso a gente acaba regularizando essas taxas hormonais e a mulher volta a menstruar de forma regular.

 

Entrevistadores: Esse tratamento pode ser feito através de remédios ou precisa de intervenção cirúrgica?

Vanessa Dumas: ovário policístico nunca é tratamento cirúrgico. Boa pergunta porque a gente ouve isso com uma certa frequência em consultório. As pessoas acham que cistos, nódulos, sempre tem que ser com remoção cirúrgica, na verdade, nesse tipo de situação específica o tratamento sempre é medicamentoso.

 

Entrevistadores: para quem tem essa síndrome de ovário policístico tem dificuldade engravidar? O tratamento é longo?

Vanessa Dumas: o tratamento é longo, na verdade assim policística uma síndrome que não tem cura, tem tratamento. A gente consegue controlar a evolução dela através da adoção desses hábitos de alimentação saudável, atividade física e suplementação, uso do hipoglicemiante, então enquanto a paciente está se cuidando se conscientiza de que é necessário essa mudança de estilo comportamental de vida ela automaticamente vai ter uma regressão dos sintomas e até mesmo normalização da sua vida aí reprodutiva, mas quem tem ovário policístico pode sim ter dificuldade de engravidar uma vez que quem tem ovário policístico pode não ovular e se ela não ovula não fecunda, então por consequência não engravida.


 

Por Diário da Feira
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