Publicada em 27/04/2023 ás 10:46:55
O governo dos Estados Unidos pediu a extradição do russo
Sergey Vladimirovich Cherkasov, que está preso no Brasil e é apontado pelo FBI
(a polícia federal norte-americana) como um agente de inteligência a serviço do
governo russo que se passava por brasileiro. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (26/4) à BBC
News Brasil pelo Ministério das Relações Exteriores. Cherkasov vem negando ser
um espião. Segundo o Itamaraty, o pedido de extradição foi feito pelas
autoridades norte-americanas na terça-feira (25/4). O pedido feito pelos norte-americanos deverá tramitar no
Supremo Tribunal Federal (STF), instância responsável pelo julgamento de casos
de extradição. Cherkasov, aliás, já é alvo de um outro pedido de
extradição, mas feito pela Rússia, em agosto de 2022. O russo foi preso no Brasil em abril de 2022 após ser
impedido de entrar na Holanda, quando tentava iniciar um estágio no Tribunal
Penal Internacional (TPI), que investiga e julga crimes de guerra. Na ocasião, Cherkasov usava documentos falsos brasileiros e
adotava a identidade de Victor Muller Ferreira. No Brasil, ele foi condenado a
15 anos de prisão pelo uso de documentos falsos. As investigações conduzidas pela Polícia Federal após a sua
prisão apontaram indícios de que ele atuava como um agente de inteligência a
serviço do governo da Rússia. Além da condenação, Cherkasov ainda é alvo de um
inquérito por lavagem de dinheiro. Em março deste ano, o Departamento de Justiça dos Estados
Unidos formalizou uma acusação contra Cherkasov por crimes como atuação de
agente estrangeiro em solo norte-americano sem autorização, fraudes financeiras
e com objetivo de obter um visto. Na acusação, o governo norte-americano afirma que Cherkasov
é um oficial do Departamento Central de Inteligência (GRU) e que usava a
identidade brasileira para se infiltrar em instituições e obter informações
estratégicas como a análise de especialistas em geopolíticas sobre a reação dos
países alinhados aos Estados Unidos à invasão da Ucrânia. Segundo o FBI, Cherkasov fazia parte de um grupo
considerado a elite da espionagem russa, formado por espiões que são enviados a
outros países pelo governo russo com a missão de assumir diferentes
nacionalidades e personalidades para conseguir acesso a informações de
políticos, acadêmicos, instituições e empresas de interesse do governo russo.
Por Diário da Feira via BBC
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