
Um protesto em Katmandu, capital do Nepal, contra o bloqueio de redes sociais imposto pelo governo, terminou em confronto com as forças de segurança nesta segunda-feira (8). De acordo com a imprensa estatal, ao menos 14 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após a polícia usar gás lacrimogêneo, cassetetes, canhões de água e balas de borracha para dispersar milhares de manifestantes, em sua maioria jovens.
Os protestos começaram em frente ao parlamento e ganharam força quando parte da multidão tentou avançar sobre o prédio legislativo. Em resposta, as autoridades decretaram toque de recolher na região, medida que foi estendida a áreas próximas ao gabinete do primeiro-ministro e de outros ministérios.
Os manifestantes contestam a decisão do governo de suspender plataformas como Facebook e Instagram, anunciada na semana passada. A justificativa oficial foi que as empresas não colaboraram com a Justiça em ações contra perfis falsos responsáveis por disseminar ódio, notícias falsas e fraudes virtuais.
Apesar disso, os manifestantes acusam o governo de usar o bloqueio como forma de restringir a liberdade de expressão e esconder denúncias de corrupção. Faixas com frases como “Desbloqueiem as redes sociais” e “Fechem a corrupção, não a internet” foram vistas durante a marcha.
Confrontos também foram registrados em outras cidades, como Biratnagar, Bharatpur e Pokhara. Ambulâncias foram atacadas, veículos de segurança parados e barricadas derrubadas, segundo testemunhas.
O porta-voz do parlamento, Ekram Giri, afirmou que alguns manifestantes chegaram a invadir os terrenos próximos à casa legislativa, mas não conseguiram acessar o edifício principal. Já o governo disse que manterá medidas de segurança reforçadas até que a ordem seja restabelecida.
O bloqueio das redes sociais no Nepal ocorre em um contexto de crescente debate mundial sobre a regulação das plataformas digitais. Críticos, no entanto, alertam que tais ações podem ameaçar a liberdade de expressão em países democráticos.
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