O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, criticou nesta terça-feira (26) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de antissemita “apoiador do Hamas”, além de o associar ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. O governo brasileiro ainda não se pronunciou.
– Agora, ele [Lula] revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA – o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel – colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel – afirmou Katz em uma publicação em português em sua conta oficial no X.
Na publicação, o ministro israelense incluiu uma imagem gerada por inteligência artificial de Lula como um boneco de marionete, sendo manipulado por Khamenei, ilustrado como a pessoa que controla as cordas do presidente brasileiro.
A publicação agrava ainda mais a relação diplomática entre Brasil e Israel, em crise desde o início da guerra na Faixa de Gaza. O governo brasileiro é crítico da operação israelense. Durante a gestão de Lula, o governo brasileiro tem adotado uma postura crítica às operações de Israel, com Lula inclusive acusando os israelenses de cometer genocídio.
No ano passado, após comparar as mortes de civis palestinos com o Holocausto, Lula foi declarado persona non grata em Israel – a comparação foi considerada ofensiva pelo governo israelense, por comparar as vítimas do nazismo a seus algozes.
O governo Lula desistiu nesta segunda (25) de indicar um novo embaixador para Israel ao não aprovar a indicação do diplomata Gali Dagan para o posto em Brasília. No mesmo dia, o Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou que vai “rebaixar” as relações diplomáticas com o Brasil depois de o Itamaraty ter ignorado a indicação de Dagan.
Israel havia indicado o diplomata em janeiro para assumir a embaixada em Brasília. Para exercer a atividade, no entanto, é necessária a concessão de uma autorização do país que o recebe, chamada de “agrément”. Tal autorização é praxe em todas as relações entre países.
A crise levou a uma reprimenda pública do embaixador brasileiro, Frederico Meyer, no Museu do Holocausto em Jerusalém. O Itamaraty considerou a atitude da chancelaria israelense hostil e chamou Meyer de volta para Brasília, sem nomear um substituto.
De acordo com o jornal Times of Israel, a chancelaria observa que a “linha crítica e hostil que o Brasil tem demonstrado em relação a Israel” desde o massacre liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, “foi intensificada” por declarações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado.
*AE
Fotos: EFE/EPA/ABIR SULTAN // PR/Ricardo Stuckert
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