Petrobras retorna ao mercado de gás de cozinha após cinco anos fora do setor

O conselho de administração da Petrobras aprovou o retorno da estatal à distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha ou botijão. A decisão, anunciada na noite desta quinta-feira (7), marca o fim da ausência da empresa no setor, que havia sido deixado em 2020, quando a Petrobras vendeu sua subsidiária Liquigás para grupos privados.

Na época da venda, o objetivo da estatal era focar na redução de dívidas e na exploração de petróleo e gás em águas profundas, abrindo mão de segmentos considerados secundários. A Liquigás tinha forte presença no país, com participação de mercado de 21,4%, o que representava um em cada cinco botijões vendidos no Brasil.

O retorno da Petrobras ocorre em meio a preocupações do governo federal, seu principal acionista, com os altos preços do gás de cozinha, que têm pesado no orçamento das famílias brasileiras. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou publicamente os valores praticados, destacando a discrepância entre o preço de venda da Petrobras, em torno de R$ 37, e o valor final pago pelos consumidores, que pode ultrapassar R$ 140 em algumas regiões.

Apesar da aprovação para voltar à distribuição de GLP, ainda não foram divulgados detalhes sobre como será a operação, se haverá venda direta ao consumidor final ou outra estratégia.

No mesmo dia, a Petrobras divulgou seu balanço do segundo trimestre de 2025, reportando lucro líquido de R$ 26,7 bilhões e anunciando a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio para acionistas. O governo federal deve receber cerca de 29% desse montante, devido à sua participação acionária.