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Massacre Orquestrado

Médicos Sem Fronteiras denuncia massacre sistemático contra civis em Gaza

Relatório traz registros clínicos e relatos de vítimas

07/08/2025 11h56
Por: Diário da Feira
Fonte: Agência Basil
Foto: Reuters/Mahmoud Issa/Proibida reprodução
Foto: Reuters/Mahmoud Issa/Proibida reprodução

A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou um novo relatório que denuncia o que classificou como um "massacre orquestrado" em pontos de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza. O documento aponta para ataques sistemáticos cometidos contra civis palestinos em locais operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), sob controle militar israelense e segurança privada norte-americana.

Segundo o relatório, entre os dias 7 de junho e 24 de julho, as clínicas da MSF em Al-Mawasi e Al-Attar, no sul do território, atenderam 1.380 vítimas, incluindo 28 mortes. As unidades receberam pessoas baleadas, espancadas e até pisoteadas durante tumultos nos centros de distribuição. Cerca de 200 pacientes apresentavam ferimentos provocados por sufocamento ou esmagamento.

A análise médica mostrou que muitos dos ferimentos por arma de fogo estavam concentrados em regiões vitais como cabeça, pescoço, tórax e abdômen. Isso indica, segundo os profissionais, que não se tratam de incidentes aleatórios, mas de ataques intencionais contra pessoas famintas que buscavam ajuda humanitária.

Entre os casos relatados estão o de uma menina de 8 anos baleada no peito e de um menino de 12 anos ferido por um projétil que atravessou o abdômen. "Crianças estão sendo baleadas enquanto tentam conseguir comida", afirmou Raquel Ayora, diretora-geral da MSF. Para ela, os locais da GHF deixaram de ser centros de assistência e se tornaram "laboratórios de crueldade".

A GHF passou a operar os centros de distribuição após o desmonte da estrutura de ajuda humanitária da ONU, substituída por um sistema militarizado liderado por Israel. A MSF pede a imediata suspensão das operações da fundação e a retomada da coordenação internacional humanitária. A ONG também exige que governos e doadores, especialmente os Estados Unidos, suspendam qualquer tipo de apoio financeiro ou político à GHF.

Além dos ataques armados, a MSF alerta para o colapso da ordem social. Muitos dos feridos relataram ter sido espancados por outras pessoas famintas após conseguirem algum alimento. A equipe médica da organização chegou a criar uma nova sigla nos registros clínicos: BBO – Beaten By Others (agredido por outros).

O coordenador de emergências da MSF em Gaza, Aitor Zabalgogeazkoa, foi direto: “Não há outra forma de descrever o assassinato de crianças famintas senão como algo intencional”. Segundo ele, o mundo assiste, hesitante, à normalização de uma política de fome, violência e humilhação contra uma população já exausta.

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