Com a imposição de tarifas elevadas sobre produtos importados, os Estados Unidos enfrentam uma crise crescente em sua pecuária, agravada pela ameaça da mosca-da-bicheira, uma praga que compromete rebanhos e pode desencadear uma crise sanitária. Essa conjuntura pode criar uma oportunidade inédita para o Brasil ampliar sua presença no mercado norte-americano, especialmente na exportação de carne bovina.
A mosca-da-bicheira, inseto parasita que deposita larvas em feridas abertas de animais e até humanos, tem causado preocupação entre autoridades sanitárias dos EUA e países vizinhos, como o México, onde já provoca grandes prejuízos. Segundo especialistas, o consumo de carne contaminada pode causar sérios problemas de saúde, incluindo miíase intestinal, e a recomendação é evitar alimentos provenientes de regiões afetadas.
Além do risco sanitário, a pecuária americana enfrenta desafios como a alta nos preços da ração e a redução no número de animais devido ao abate excessivo de fêmeas reprodutoras. Isso tem pressionado o mercado interno, gerando inflação e levando o governo dos EUA a considerar a revisão das atuais tarifas de importação de carne.
Para o economista Hugo Mezza, professor da Estácio, essa situação pode obrigar os EUA a flexibilizar barreiras comerciais, abrindo espaço para países exportadores como o Brasil. "Com a redução da oferta interna e os custos elevados, os EUA podem precisar ampliar suas importações para garantir o abastecimento, o que representa uma oportunidade para o Brasil recuperar espaço no mercado", afirma.
O cenário, embora complexo, pode significar um reposicionamento estratégico para a indústria brasileira de carne, que figura entre as maiores do mundo. A recomendação é acompanhar de perto as negociações e ajustes tarifários, que poderão definir os rumos das exportações brasileiras nos próximos meses.
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