Em 2024, o Brasil registrou uma alta preocupante nos casos de feminicídio e nas mortes de crianças e adolescentes, mesmo com a redução geral dos índices de violência. Os dados fazem parte do Anuário da Segurança Pública divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O número de feminicídios chegou a 1.492, o maior desde 2015, ano em que o crime foi tipificado pela legislação brasileira, representando um aumento de 1% em relação a 2023. A maioria das vítimas era mulher negra, entre 18 e 44 anos, assassinadas dentro de casa, em sua maioria por companheiros ou ex-companheiros, e quase metade com arma branca.
Além disso, as mortes intencionais de crianças e adolescentes até 17 anos aumentaram 4%, totalizando 2.356 vítimas. Esse crescimento foi puxado especialmente pelas mortes em intervenções policiais, que passaram a representar 19% dos homicídios desse grupo em 2024.
Embora o total de mortes violentas tenha diminuído 5,4% no ano passado, o Anuário alerta que a violência letal contra mulheres e jovens merece atenção especial. O estudo aponta que fatores como descumprimento de medidas protetivas, disputas entre facções criminosas e a violência policial impactam diretamente esses números.
Outro destaque preocupante é o aumento de desaparecimentos no país, com 81.873 casos em 2024, 5% a mais que em 2023. O crescimento ocorre principalmente em estados com queda nos homicídios, sugerindo que parte da violência pode estar sendo ocultada sob essa forma.
O Anuário também aponta um recorde nos casos de estupro, que aumentaram para 87.545 vítimas, sendo 76,8% crianças e adolescentes, configurando estupro de vulnerável. O relatório indica que, apesar de haver maior denúncia, o problema da violência sexual permanece grave.
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