Solidariedade e PRD anunciam federação partidária para fortalecer atuação política

Os partidos Solidariedade e PRD devem formalizar, nesta quarta-feira (25), a criação de uma federação partidária. A oficialização da aliança ocorrerá em evento na Câmara dos Deputados, com presença esperada de lideranças do Congresso, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A documentação da federação será registrada em cartório e, nos próximos dias, encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para homologação. A iniciativa é estratégica diante das exigências mais rígidas previstas para 2026 em relação ao acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral. A federação representa uma união formal entre os partidos por, no mínimo, quatro anos, funcionando como uma única legenda.

Com esse acordo, as duas siglas pretendem somar forças para ultrapassar a cláusula de desempenho e garantir sua permanência ativa no cenário político. Juntas, terão dez deputados federais, um governador (Clécio Luís, do Amapá) e 138 prefeitos eleitos. O comando da federação ficará com Ovasco Resende, do PRD, e a vice-presidência será ocupada por Paulinho da Força, líder do Solidariedade.

Essa movimentação se soma a outras realizadas anteriormente: em 2023, o PRD nasceu da fusão entre PTB e Patriota, enquanto o Solidariedade incorporou o Pros. Embora essas fusões tenham ajudado a manter as legendas viáveis, os dirigentes acreditam que a federação é uma medida mais robusta para garantir votos e cadeiras no Legislativo em 2026.

No campo eleitoral, a nova federação articula uma candidatura de centro para a eleição presidencial. Apesar de terem apoiado caminhos distintos em 2022 — com o Solidariedade no palanque de Lula e o PRD mais distante do Planalto —, agora o plano é rejeitar tanto a reeleição do atual presidente quanto uma possível volta de Jair Bolsonaro. A ideia é buscar uma alternativa viável ao centro, como a pré-candidatura de Ronaldo Caiado (União), já apoiada por Paulinho da Força.

Para os dois partidos, consolidar a federação é o primeiro passo. A ampliação do grupo com outras legendas poderá ser discutida após a formalização da união.