As fortes chuvas que atingiram a Bahia durante o feriado prolongado causaram transtornos em diversas cidades, especialmente no litoral e no Recôncavo Baiano. Ao menos 21 municípios tiveram registros de alagamentos, deslizamentos e desabrigados, segundo a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado (Sudec).
O caso mais grave ocorreu em Santo Amaro, onde o Rio Subaé transbordou na madrugada do sábado (3), invadindo casas, o mercado municipal e deixando aproximadamente 150 pessoas desabrigadas. De acordo com a Prefeitura, ao menos três escolas municipais foram transformadas em abrigos e as aulas foram suspensas nesta segunda-feira (5) como medida de segurança.
Em apenas 24 horas, o volume de chuva registrado na cidade foi de 157 milímetros. Diante da situação, a gestão municipal montou um comitê de crise na Escola Municipal Stella Mutti, de onde foram coordenadas ações emergenciais, como distribuição de alimentos, material de higiene e limpeza, além do envio de equipes para monitoramento das áreas de risco e apoio às famílias.
A Defesa Civil do Estado também se mobilizou, enviando colchões, cobertores e kits de emergência à região. O superintendente do órgão, Heber Santana, afirmou que Santo Amaro foi o município mais impactado pelas chuvas durante o feriado.
A situação levou a cantora Maria Bethânia, natural da cidade, a se pronunciar nas redes sociais. Em sua mensagem, ela destacou que o desastre é reflexo do descaso com o rio e com a natureza:
“O homem segue fingindo não enxergar a verdade e a força da natureza e se assusta quando ela respira, se ergue, cintila e retoma o que lhe pertence.”
Segundo o Climatempo, as chuvas intensas são resultado da combinação de frentes frias vindas do Sul do país com a umidade quente do oceano Atlântico, o que favorece a formação de nuvens carregadas. O mês de maio, junto com abril, costuma ser um dos mais chuvosos do ano no litoral baiano, mas abril teve um volume abaixo da média, o que torna maio ainda mais crítico.
A frente fria que chegou à Bahia no dia 29 de abril trouxe instabilidade principalmente para as regiões Sul, Recôncavo, Metropolitana de Salvador e Litoral Norte, e deve manter o tempo instável pelo menos até o dia 6 de maio, de acordo com previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Além de Santo Amaro, a Sudec registrou ocorrências em outras 20 cidades, incluindo:
Camacan, Canápolis, Pau Brasil, Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Nazaré, Camamu, Valença, Itapé, Buerarema, Santana, Amélia Rodrigues, São Sebastião do Passé, Jaguaribe, Cícero Dantas, Dias d’Ávila, Lauro de Freitas, Simões Filho e Madre de Deus.
No Sul da Bahia, o município de Santa Cruz Cabrália enfrentou deslizamentos de terra e alagamentos, com pelo menos 44 pessoas acolhidas em abrigos. Em Porto Seguro, os bairros Frei Calixto e Parque Ecológico sofreram com pontos de alagamento e deslizamentos, mas sem registro de feridos ou desabrigados.
Já em Ilhéus, voos precisaram ser desviados do aeroporto por causa da baixa visibilidade. Em Maraú, alagamentos deixaram a localidade de Barra Grande sem energia por cerca de duas horas no feriado do dia 1º de maio.
O Inmet manteve neste domingo (4) alerta laranja, de perigo, para diversas cidades do interior, incluindo Feira de Santana, Santo Estêvão, Coração de Maria, Conceição do Jacuípe, Irará e Serra Preta. Já Salvador e parte do litoral leste seguem sob alerta amarelo, indicando perigo potencial.
A Defesa Civil orienta que moradores evitem áreas de risco, como encostas, margens de rios e regiões com histórico de alagamentos. Em caso de emergência, a recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193.
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