O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito nesta sexta-feira (25) para investigar os possíveis danos ambientais causados pela construção da Ponte Salvador-Itaparica. O órgão está preocupado com os impactos no bioma local, principalmente em relação à saúde e ao bem-estar da população, além da preservação da fauna e da flora na região. A procuradora Vanessa Gomes Previtera assina a documentação que detalha o início da apuração, o acompanhamento e as medidas para mitigar os potenciais danos ambientais.
Em seu ofício, o MPF destaca que a obra pode causar prejuízos à paisagem geográfica, afetando a dinâmica ambiental e também interferir nas atividades sociais e econômicas de moradores das áreas próximas. O órgão exige providências e um acompanhamento rigoroso do impacto da construção.
A assessoria do consórcio responsável pela obra foi procurada pela reportagem, mas ainda não forneceu um posicionamento oficial. O espaço permanece aberto para manifestação.
Andamento da Obra da Ponte
As avaliações preliminares da Baía de Todos-os-Santos, onde a ponte será construída, duraram cerca de 12 meses. Segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), o próximo passo será a finalização do projeto das fundações da ponte pela concessionária e a mobilização dos canteiros de obras.
A obra, que está sendo realizada por meio de uma parceria público-privada, tem um investimento inicial estimado em R$ 10,4 bilhões, valor que foi revisado desde o contrato original de R$ 6,3 bilhões. Em 2019, o valor já havia sido ajustado para R$ 7,6 bilhões, e o aporte público, que era de R$ 1,5 bilhão, foi elevado para R$ 5,07 bilhões. Esses valores podem ainda ser ajustados até a assinatura do contrato definitivo.
A ideia de construir a Ponte Salvador-Itaparica remonta a 1967, mas o projeto foi realmente elaborado apenas em 1997. No governo de Jaques Wagner, em 2009, a construção foi oficialmente concebida, mas só foi licitada e teve o contrato assinado em 2020, durante o governo de Rui Costa.
Quando concluída, a ponte terá 12,4 km de extensão sobre a Baía de Todos-os-Santos, tornando-se a maior da América Latina. A expectativa é que o impacto da obra beneficie 250 municípios e cerca de 10 milhões de baianos, encurtando em 250 km a distância entre Salvador e a Ilha de Itaparica e reduzindo em mais de 40% o tempo de viagem.
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