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Bebê morre em hospital e família denuncia demora no atendimento; vídeo mostra desespero dos pais com criança no colo


Publicada em 25/10/2017 ás 15:09:15
(Foto: Rita de Cássia Reis / Arquivo Pessoal)
Bebê em casa após parto em Ituberá, no baixo sul da Bahia

 Um bebê nascido há 25 dias morreu no Hospital Antônio da Costa Pinto Dantas, no município de Ituberá, no baixo sul da Bahia, e familiares denunciam que o falecimento foi provocado por demora no atendimento e por falta de medicamento na unidade municipal. A prefeitura nega negligência e disse que a unidade cumpriu todos os requisitos do atendimento de urgência e emergência.

Em entrevista ao G1, a avó do menino Luís Gabriel Oliveira da Conceição contou o drama enfrentado pelos pais e demais parentes do bebê na manhã de terça-feira (24). [Vídeo acima mostra desespero dos pais após notícia da morte]

"Foi a pior notícia da minha vida. Além de avó, eu sou mãe. Ver minha filha perder um filho, que estava aqui com a gente e que faleceu após ir ao hospital, é muito sofrimento", desabafou Rita de Cássia Reis dos Santos.

A avó materna da criança contou que o menino, que tinha menos de um mês de vida, deu entrada na unidade médica por volta das 9h. O bebê foi levado para o hospital após apresentar um choro constante, sem nenhuma explicação aparente.

"Os pais entraram na sala de emergência e a médica [plantonista] que atendia saiu por outra para ver a uma mulher que estava na sala de parto. O bebê ficou sendo visto por enfermeiros, que não tinham noção do que fazer. A criança chorava muito e estava ficando roxa. Os pais se apavoraram e uma enfermeira saiu correndo atrás da médica. Meu neto já estava lá há 30 minutos", relata o drama.

Rita diz que a médica foi atender a criança e pediu três tipos de medicamentos, que têm descrições para o tratamento de cólicas. A unidade não tinha os remédios. "A médica perguntou se o pai teria condições de comprar. Ele disse que sim e saiu correndo para o centro da cidade. Ele foi e voltou em questão de 15 minutos, mas quando voltou a médica disse que não tinha mais o que fazer".

Luís Gabriel Oliveira da Conceição nasceu na madrugada do dia 29 de setembro. Ele e a mãe tiveram alta médica cerca de oito horas após o parto. Foram 25 dias em casa, sem apresentar nenhum problema de saúde evidente. "Ele chorava muito. Por ser criança, a gente não conseguiu identificar nenhum problema no início. Quando a situação ficou anormal, procuramos logo socorro médico", explicou a avó.

Após a morte, Rita diz que a médica e a direção do hospital não souberam informar a causa do falecimento. O bebê foi encaminhado ainda na tarde de terça-feira para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Valença.

Prefeitura nega negligência

Por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Ituberá disse que a criança deu entrada para atendimento médico "sendo atendida pela médica plantonista, juntamente com toda equipe de enfermagem e suporte, cumprindo todos os requisitos do atendimento de urgência e emergência cabíveis ao hospital". A prefeitura negou que tenha ocorrido negligência médica.

A gestão municipal ainda falou que, após receber a criança e constatação do estado clínico, foi disponibilizada uma ambulância para transferência do bebê ao Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, e que a médica plantonista acionou um outro médico para assumir o plantão, pois ela acompanharia o bebê nesta transferência. "Mas, infelizmente, a criança veio a óbito", disse.

Após o falecimento, a prefeitura afirma que a direção do hospital e equipe médica seguiram os procedimentos exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), de que qualquer paciente que chega a um hospital público e vai a óbito nas primeiras 24 horas, deve ser enviado para o Instituto Médico Legal (IML), sendo necessário fazer necropsia para averiguar a causa da morte.

Ainda em nota, a gestão municipal afirmou que o município irá apurar os fatos através de processo administrativo, que já solicitado pelo Secretário Municipal da Saúde, e disponibilizará toda estrutura de cuidados assistenciais à família. "Consternados, nos solidarizamos e pedimos a Deus o conforto para toda família".

Necropsia

Ao G1, o delegado titular da 5ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin/Valença), José Raimundo Nery Pinto, confirmou que a necropsia que deve indicar a causa da morte do bebê foi realizada na manhã desta quarta-feira (25) e que o corpo deve ser liberado para os familiares até o início da tarde.

Raimundo Nery disse o laudo da morte deve sair em 10 dias e encaminhado para a delegacia de Ituberá, que deve ter um prazo de 30 dias para encerrar inquérito. "Se o bebê morrer em virtude algum ilícito penal, alguém deverá ser responsabilizado. Ainda é prematuro para saber".

A avó disse que prestou queixa sobre o caso na delegacia de Ituberá. O G1 ligou para a unidade policial, mas foi informado que a delegada titular só estaria no local no turno da tarde

 

 

Por Diario da Feira/G1
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