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Interrogatório de Sérgio Cabral tem discussão entre ex-governador e juiz Marcelo Bretas


Publicada em 23/10/2017 ás 15:56:47
(Foto: Reprodução)
Ex-governador Sérgio Cabral também prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro em julho

 O interrogatório de Sérgio Cabral (PMDB), conduzido pelo juiz Marcelo Bretas, começou com discussão entre os dois nesta segunda-feira (23). O ex-governador disse que o Ministério Público Federal faz um teatro, que está sendo injustiçado e chegou a dizer que Bretas se referia a ele de maneira "desdenhosa". O magistrado rebateu.

Cabral resumiu a denúncia como "um roteiro mal feito de corta e cola". Ele respondeu às primeiras perguntas sobre a denúncia de compra de joias com dinheiro de propina, citando que o magistrado deve conhecer o assunto, já que sua família tem negócios no ramo de bijouterias. "Não quero que o senhor conte história da minha família ou o que aferiu a meu respeito", afirmou.

O ex-governador chegou a dizer que Bretas falava dele de maneira "desdenhosa". "Aqui não há desdém", rebateu o juiz.

"Comprei joias com fruto de caixa dois, não foi de propina. Meu governo não foi organização criminosa, mudou a vida de milhões de brasileiros que moram no Rio. Não me sinto chefe de organização criminosa nenhuma", ressaltou Cabral.

O interrogatório chegou a ser suspenso por cinco minutos. Cabral reclamou que o juiz não acredita nele e que a primeira denúncia já tinha as mesmas acusações que as seguintes.

"Eu estou sendo injustiçado. O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, e me fazendo um calvário, claramente", reclamou o ex-governador.

De acordo com o ex-governador, os donos das empresas de obras não pagavam propina. “Não é verdade que empreiteiro dê dinheiro antecipado por qualquer coisa. Fiz a campanha 2006 e sobraram recursos de campanha. O dinheiro que Carioca me deu não tinha vínculo com obras”.

Cabral voltou a dizer que o erro dele foi caixa dois e que não havia 5% de propina nas grandes obras. Ao dizer novamente que as mudanças de financiamento de campanha são prejudiciais à política, ele chorou.

“Por mais que tenha me exasperado com o senhor (Bretas) aqui, por mais que ache injustiça o que o MP faz, que fique indignado com as matérias que saem nos jornais, prefiro muito mais ser acusado num sistema democrático, ser massacrado, do que um sistema autoritário”, disse Cabral, emocionado.

Adriana Ancelmo fica calada

A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também foi convocada para prestar depoimento na Justiça Federal do Rio, mas ficou calada durante o interrogatório. Além dela, Carlos Miranda, apontado como operador financeiro de Cabral, também não respondeu às perguntas do juiz Marcelo Bretas.

Ela e o marido, o ex-governador Sergio Cabral (PMDB), respondem a processo por terem comprado joias com dinheiro que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), seria originário de um milionário esquema de propina.

Em depoimentos anteriores, Adriana reconheceu que recebia presentes de joalherias como a H. Stern, mas disse não saber como eram pagos. Talvez, disse ela, para "publicidade" da marca ao se associar a então primeira dama.

Já o MPF suspeita que, através do esquema criminoso, quase 200 joias foram compradas. Somente uma delas foi avaliada em R$ 1,6 milhão.

 

 

Por Diario da Feira/G1
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