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Após ataques a igrejas, estado de emergência começa a valer no Egito


Publicada em 10/04/2017 ás 11:00:55
(Foto: Mohamed Abd El Ghany/ Reuters)
Policial armado faz segurança de igreja alvo de explosão no domingo (10) en Tanta, no Egito

O estado de emergência começou a vigorar nesta segunda-feira (10) no Egito, um dia depois de duas explosões em igrejas cristãs deixarem pelo menos 44 mortos e 100 feridos no país, segundo a Reuters.

Um comunicado, divulgado nesta manhã, informou que a medida passou a valer partir de 13h (8h no horário de Brasília), mas ainda deverá ser aprovado pelo Parlamento em até sete dias para continuar válido.

A medida foi anunciada no domingo (9) em um comunicado televisionado do presidente Abdel Fattah al-Sisi, após os ataques, mas ainda está sujeita à aprovação parlamentar. O estado de exceção foi decretado em algumas ocasiões excepcionais em anos passados, depois que esteve em vigor de forma contínua entre 1981 e 2012, quando foi abolido ao calor da revolução egípcia de 2011.

Assim como no restante do mundo, os cristãos do Egito celebravam o Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa, quando ocorreram as explosões. O grupo radical Estado Islâmico reivindicou o atentado, por meio de sua agência de notícia, a Amaq.

Indignação

Cristãos do Egito choraram e demonstraram indignação nesta segunda enquanto retiravam os corpos de familiares e amigos mortos nas explosões, de acordo com a Reuters. Eles se mostram revoltados contra um Estado que não acreditam mais que irá protegê-los de vizinhos determinados a exterminá-los.

No necrotério do hospital da Universidade de Tanta, famílias desesperadas tentavam entrar para procurar seus parentes mortos. Forças de segurança contiveram os familiares para evitar a superlotação, enfurecendo a multidão.

"Por que vocês estão nos impedindo de entrar agora? Onde vocês estavam quando tudo isso aconteceu?", gritou uma mulher que buscava um familiar. Algumas pessoas pareciam em estado de choque. Outras choravam abertamente e algumas mulheres estavam em prantos.

Um homem de meia-idade que acabava de sair do necrotério depois de ver seu irmão morto chorava com o rosto entre as mãos. Ele xingou as forças de segurança, aos gritos, enquanto a família tentava acalmá-lo.

Horas depois do ataque, Kerols Paheg e outros jovens cristãos coptas já estavam cavando túmulos no subsolo da devastada igreja de São Jorge, em Tanta, cidade do norte do Delta do Nilo, onde a primeira das bombas explodiu, matando 27 pessoas e ferindo cerca de 80.

Ele mostrou fotos da barbárie em seu celular: restos humanos, sangue e vidro estilhaçado espalhados pelo chão da igreja em um dos dias mais sagrados do calendário cristão. "Hoje deveria ser um dia de festividades", disse.

De agora em diante, os próprios cristãos terão que proteger suas igrejas, ao invés de contar com a polícia, "porque o que está acontecendo é demais. É inaceitável", disse.

Horas depois da detonação em Tanta, a segunda bomba explodiu na entrada da igreja de São Marcos, em Alexandria, a sede histórica do papa copta, matando 17 pessoas, entre eles três policiais, e deixando 48 feridos.

Os coptas representam cerca de 10 por cento dos 92 milhões de habitantes do Egito, a maior minoria cristã do Oriente Médio. Mas apesar de uma presença que data dos tempos romanos, a comunidade se sente cada vez mais rejeitada e já foi alvo de vários ataques, inclusive do Estado Islâmico, que assumiu a autoria das explosões de domingo e alertou para mais ataques.

 

Por Diário da Feira/G1
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