O Carnaval está quase batendo na porta e a diva da axé music Ivete Sangalo, 44 anos, está a todo vapor no preparo para a folia momesca. Vídeos com treinos intensos postados em suas redes sociais não nos deixam mentir. Mas antes que a maior festa de rua do mundo comece e o agito tome conta, o público pode ver uma versão mais tranquila do repertório da artista nesse fim de semana.

Mais precisamente sexta e sábado, às 19h, quando a cantora apresenta o show do DVD Acústico em Trancoso, pela primeira vez em Salvador, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Além de falar sobre a apresentação (R$ 80 | R$ 40; R$ 160 | R$ 80 - camarote), Ivete conversa com o CORREIO sobre outros temas.

Entre eles, sua infância brincando nas ruas de Juzeiro, sua saída do programa Superbonita, sua música do Carnaval - O Doce -, a homenagem que vai receber da Grande Rio e o The Voice Kids: “só faço chorar naquele programa! (risos)”. A cantora relembra, ainda, momentos marcantes da época de foliã, como quando viu Luiz Caldas passando no trio e pensou: “deve ser massa cantar em cima desse caminhão!”. Confira entrevista completa.

Ivete, os fãs estão ansiosos para ver o show do DVD Acústico em Trancoso na Concha Acústica. Qual é a sua expectativa para essa apresentação?
E eu estou ansiosa para ver os meus fãs na Concha! A Concha é incrível, quando a gente fala de música na Bahia obrigatoriamente a gente pensa nesse espaço. Foi e é o palco de inúmeras apresentações, de grandes artistas da música brasileira. Muito me orgulha, primeiro, como baiana, de ter um lugar como esse em minha cidade. E também como artista, que já cantou e ama cantar na Concha. É uma relação de amor mesmo! Eu sei que eles querem muito esse repertório, essa energia. Já fiz muitos shows na Concha e foram memoráveis.

Sabemos que sua apresentação será bem próxima do DVD, mas o repertório do show será 100% dedicado ao Acústico em Trancoso? Terá convidados?
Esteticamente tem muita coisa do DVD... Cenário, figurinos, projeções. Tem muito do repertório do DVD e outras canções que a gente acrescentou nessa turnê. Meus convidados são vocês todos! (risos) Não tem participações especiais previstas!

Você participou recentemente do Baile da Santinha e requebrou até o chão com Léo Santana, Claudia Leitte... O que representa, para você, estar em sua terrinha, nesse clima de folia com os amigos e mostrando toda a sua baianidade?
Salvador está sendo presenteada com um super Verão, comentei isso um dia desses, inclusive. Eventos muito bacanas, os amigos todos por aqui! E esses shows são oportunidades incríveis da gente se reencontrar, falar da vida, dos projetos, dividir o palco. Já cantei com Levi, com Léo, Xanddy, Márcio Victor, Saulo, Rode Torres. E todos eles tinham outros convidados também, e aí a gente se reencontra, conversa, é uma delícia. A gente está ali fazendo com que o público se divirta, mas nos divertindo muito também! É todo mundo em festa, na mesma energia. Encontrar o povo baiano é sempre uma oportunidade maravilhosa.

Por falar em folia... O Doce é sua música de trabalho neste Carnaval e tema de sua festa em Salvador. Pode contar mais um pouco sobre essa música que foi eleita uma das mais cotadas para o Carnaval, através de uma enquete do CORREIO com mais de 10 mil leitores?
O Doce é alegre, tem suingue. É uma síntese da festa, né? É uma parceria muito feliz de Gigi e Escandurras, que eu gravei em Trancoso e estamos trabalhando agora. E o público adorando, pedindo nos shows. Esse doce vem disso, de ter a alegria de ser essa cantora amada pelos fãs! Eu recebo amor o tempo todo, isso reenergiza! E é essa a energia que eu quero para a nossa festa!

O que o Carnaval representa para você? Para além da Ivete cantora, como é sua relação afetiva com o Carnaval? Alguma história te marcou?
Antes mesmo de ser uma cantora do Carnaval eu já era foliã, já frequentava o Carnaval e amava estar ali! Lembro com muita clareza os shows de Daniela à frente do trio e aquilo me marcou! O Carnaval de Salvador é muito particular, é uma festa que a gente sabe fazer e faz bem feito! Eu sou suspeita, né? Sou louca pelo Carnaval. Quando descobri o Olodum, Timbalada, Ave Maria!! Vi Luiz Caldas passando e pensei: deve ser massa cantar em cima desse caminhão!

No Carnaval do Rio você é enredo da escola de Samba Grande Rio. O que representa, para você, ver sua história sendo homenageada em uma festa como essa visibilidade?
Essa é uma das maiores homenagens da minha vida. Eu estou muito honrada! E a cada vez que escuto o samba-enredo envolvida em cada movimento da escola, é choro garantido e emoção triplicada.

O enredo “Ivete: do rio ao Rio” narra sua trajetória, da infância em Juazeiro até os dias atuais. Consegue resumir esse trajeto, destacando momentos marcantes de Juazeiro até hoje?
Isso é coisa para profissional, viu?! (risos) Na minha vida toda eu coleciono momentos maravilhosos. E tudo começou lá em Juazeiro, uma infância saudável, feliz, de brincar na rua, curtir a cidade. Depois vir para Salvador, começar a cantar. Todas as emoções que a música me trouxe! A própria homenagem na Grande Rio. Muita coisa!

Recentemente você deixou de apresentar o programa Superbonita, do GNT. O que motivou sua saída? O programa vai deixar saudade?
Na verdade eu continuo fazendo parte dessa família. Mas eu quis neste ano me programar para ter mais tempo com o meu filho. Depois que esse cara nasceu, tudo em minha vida é em função dele! (risos) Conversarmos, eu e a equipe do programa, e decidimos juntos. Temos uma relação muito bacana, eles são uns parceiros queridos. E eu fiquei muito feliz com a escolha de Karol Conka, é uma mulher linda que vai ter muita história massa para contar!

Em um dos episódios do Superbonita você declarou seu amor às drag queens e disse que vai sair de drag nesse Carnaval. Isso está confirmado? Como estão os preparativos (maquiagem, figurino, preparo físico)? O que pode nos contar sobre as novidades e sobre sua rotina pré- Carnaval?
O meu tema vai ser O Doce nesse Carnaval, por causa da música, e as fantasias vêm também com essa ideia, sob essa concepção. São desenhadas por Clara Lima, minha estilista, executada por Michelly Xis. Brinquei com isso de vir de drag no Carnaval durante uma entrevista, que foi maravilhosa, no programa! Tem esse lance massa de se super produzirem, né?! Truques maravilhosos de maquiagem! Eu adoro! Eu venho açucarada, O Doce sou eu! (risos)

Não tem como não se emocionar ao assistir o The Voice Kids e é nítido esse sentimento por parte dos técnicos também. O que te encanta em participar do The Voice Kids? Por que esse universo infantojuvenil do programa é tão cativante?
Gente, eu só faço chorar naquele programa! (risos) Tem toda aquela beleza que a gente vê na TV, e tem também os bastidores, os encontros, as conversas, as histórias. Eu recebo inúmeros relatos de famílias que se reúnem para assistir, que torcem, vibram, se emocionam. Eu posso falar pelos meninos também, Victor e Leo e Brown! A gente se emociona mesmo! É tudo muito imprevisível e é uma lição ver como elas lidam com aquilo. Estão ali porque sonham em viver da música. E os que não conseguem entrar conseguem lidar com isso com leveza. É cativante mesmo conviver com essas crianças!